segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Nunca




Eu nunca pude te amar de verdade.
Ninguém nunca deixou.
Sempre tinha alguma coisa para me frear,
para te impedir.
Eu admirava sua camisa de manga longa,
e as cutículas tão grandes das suas unhas,
eu sonhava com essa mão no meu cabelo.
Mas sempre tinha algo para nos impedir.
Nunca podemos ser de nós,
nunca conseguimos dormir tranquilos
uma noite inteira, sempre correndo,
fugindo, fingindo.
Eu queria ter vivido isso ao máximo,
ao extremo, mas foi impossível.
Nunca pude me entregar por completa.
Não era pra ser, pelo visto, pois não foi.
O mundo sempre contra,
só nós a favor.
Não foi o bastante.
Você nem precisou das chaves...
As algemas nunca foram usadas!

(Nanda Assis)

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